As coisas não são sempre o que parecem, e quase nunca parecem aquilo que são. Vemos apenas uma parte do todo, que hoje é, amanhã não mais. E vejo acontecer com as pessoas, e vejo que acontece comigo. Não sou aquele que sou. Nem ao menos sou aquilo que sou. Sou apenas o pedaço de uma parte de um pequeno fragmento particionado em milhões de pensamentos, sensações e sentimentos; que variam dos mais nobres aos mais pobres, torpes e fúteis que há. Mas amanhã tudo aqui será passado, e talvez nem mereça ser lembrado. Apenas o que fica é a impressão que deixamos nos outros, e as que eles deixam em nossas atormentadas almas. Almas prisioneiras de um cativeiro sobre o qual somos inconscientes ou pouco sabemos a respeito. No fim, apenas o pó aqui restará. Mas onde estaremos nós? Eu sei que estarei em você, porque você um dia leu este texto e talvez outros que escrevi; porque eu te amei ou te fui indiferente um dia, e assim fui importante de alguma forma em tua vida; porque na colisão dos nossos acasos, um se foi; o outro ficou.
Assim sou eu, assim é o mundo; onde cada qual pensa levianamente que possui alguma importância sem se dar por conta de que não passa de um pedaço de nada. É isso... somos menos que o pó. Nossa existência existe parcialmente, e temos para o todo a importância que tem aquela formiga que agora caminha atarefada pelo teu jardim. E que razão há na vida dela? Que razão há na tua vida? E na minha? E, assim mesmo, teríamos tanto a aprender com as formigas! Me escutem quando afirmo que elas herdarão a terra!
E que importância tem a tua decepção dentre bilhões de decepções existentes no mundo? Por que ela é mais importante do que a do outro? E por que haveria de ser inferior? Mas ela não conseguiria ser maior do que a beleza e o amor, nem que fosse multiplicada mil vezes! Há de haver na vida um sentido e um propósito glorioso e indecifrável. Mas qual seria o sentido? Talvez seja mais simples do que pareça! O sentido, caro leitor, amigo, conhecido ou desconhecido, é de dentro para fora.
Só para constar... ainda estou a digerir este texto.
ResponderExcluir^^
Ora, minha amiga, eu também! =)
ResponderExcluirMas te confesso que fiquei tentado a mastigá-lo um pouco mais... hehehe