sexta-feira, 30 de julho de 2010

Monólogo

[Cena 1: Fade in. Céu azul, sem nuvens, manhã. A câmera desce e mostra um imenso gramado verde, com algumas árvores esparsas. A câmera se aproxima lentamente de uma delas. Na sombra, um homem está sentado escrevendo. Ouve-se a voz do narrador:]
“Meu conhecimento a respeito de tudo o que julgo saber é um tanto quanto desconhecido. Ah, o que quero mesmo dizer é que não sei nada vezes nada, essa é a verdade. (‘A’ verdade? Hum... conflitei agora!)
Mas não é o que sei ou deixo de saber que faz a diferença para mim. Nada do que sei pode dizer alguma coisa a meu respeito, exceto meu QI talvez - o qual não deve ser dos melhores.”
[Close no rosto do homem. Ele pára de escrever por um instante, arqueia uma das sobrancelhas e segue escrevendo. A câmera abre. Enquanto segue-se ouvindo a narração, percebe-se que ele esboça um meio sorriso em algumas partes, e acena a cabeça em outras, enquanto segue para o desfecho de seu texto.]
“Porém, é o que sinto que faz toda a diferença. São as experiências que tive que me são caras a ponto de moldarem muitos de meus comportamentos. Se faço xixi no banho, por exemplo, não é porque sei que isso contribui para que uma descarga a menos economize alguns litros de água potável no mundo. Faço isso porque sinto o dever de fazer alguma coisa para minimizar o impacto do homem na natureza. Meu impacto, para ser preciso. Sinto nisso uma espécie de obrigação. Eu vi ao vivo a destruição, o que faz com que me sinta no dever de ajudar. O saber interfere, mas não define. O jogador de futebol sabe bater numa bola, mas não é isso que define se acerta ou não uma cobrança de pênalti; é seu estado emocional que faz com que ele erre.
Eu sei pouco, escrevo pouco e falo menos ainda; mas sinto muito. No entanto, seria mais louco do que me considero se deixasse que apenas sentimentos e emoções me guiassem. Não... minha razão é o poder moderador que regra as confusões internas. Sinto que quero fazer, mas sei que não devo fazer. Sei que devo fazer, mas sinto que não quero fazer. O que farei então?”
[O homem morde a ponta da caneta, seu olhar pensativo preso ao infinito, indeciso. Fade out.]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Veja!

Olhe nos meus olhos. Diga-me: o que você vê? Que te parece olhar no fundo de minha alma? Espero que você consiga perceber-me. Espero conseguir expressar-me assim, já que não tenho palavras. Já que palavras não passam de palavras. Não quero que você leia este texto. Não quero que você ouça o que tenho a dizer. Só o que desejo é que você possa olhar-me nos olhos e perceber, e saber, e sentir, e ver! Ver de que sou feito e como fui modelado. Mas, por favor, ao entrar seja gentil e não destrua nada, pois levei muito tempo arrumando umas coisas e consertando outras.
Ah, pensando bem, nem se preocupe, a bagunça por aqui é algo normal. No entanto, se olhar bem à sua volta, vai entender que há muito mais espaço aqui do que te parecia no início...

Bobagens...

... este blog está cheio delas! Ah, mas o que posso fazer? Sou apenas uma criança! Não compreendo os grandes e misteriosos mistérios do mundo ou de mim mesmo. Não tenho as respostas, mas apenas mais e mais perguntas intermináveis. E, quando as escrevo aqui, as estou fazendo a mim mesmo. Ah, sim! Este é o motivo de toda essa bobageira aqui: eu e meus monstros. Eu e minhas personalidades mutantes! Comecei essa experiência aqui há mais de um ano atrás, para extravasar meus pensamentos, pois, como uma criança, fico pensando e perguntando sobre tudo aquilo que desconheço. Não é por curiosidade, mas por interesse. (Não seria a mesma coisa? Putz, mais um questionamento bobo!)
Mas a algumas horas aconteceu algo que foi muito legal! Este blog, a despeito de toda a falta de conhecimento e know how da vida, ficou entre os cinco melhores na opinião dos jurados do IV Concurso de Blogs da comunidade Eu Tenho um Blog do Orkut, na categoria Cotidiano.
Então é assim: sigo escrevendo pra mim, e quem quiser participar fique à vontade, e aproveite a viagem...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Frase do Dia (de Ontem!)

Quando consigo enganar a si mesmo, é porque provavelmente estou fora de mim...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Hoje estou com um cansaço anormal, e nem quero escrever... não consigo.
Então pensei que viver é um pouco parecido com o que fazemos quando dormimos: às vezes basta apagar as luzes e fechar os olhos...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O frio em Crissiumal (RS)

Eu gosto do frio. Gosto de senti-lo quando caminho pela rua - aquele vento cortante que deixa a ponta do nariz e as orelhas doídas e congeladas. Claro que não sou louco a ponto de passar frio, isso não. Mas uma dose de frio é ótimo de vez em quando. Abaixo segue imagens que capturei da estação deste ano. Pena que não consegui tirar foto da geada...
Essa acima foi indo para o trabalho, numa manhã.

Capturei essa última do quintal de casa. Bem, pra falar a verdade foi do quintal da casa onde eu morava até a semana passada… E a noite estava fria de doer. Imagens são nossas amigas, exceto quando elas não nos deixam lembrar de esquecer…

Prolixidade Verborrágica (ou Verborragia Prolixa)

dicionario

A verborragia me cai bem. Eu devia mudar o nome do blog para “Ideias verborrágicas”, só que não ia ficar legal. Verborragia é uma palavra que lembra doença, e talvez seja mesmo. Há poucos momentos de concisão em minha prolixidade. Mas, por incrível que pareça, ainda deixo entrelinhas até mesmo para mim. Irônico: detesto entrelinhas - elas me fazem pensar demais. Ora bolas, mas eu gosto de pensar. Gosto de ter problemas só para ter que achar uma maneira de resolvê-los, não somos todos assim? Hum, achei que fôssemos... vai ver era só eu mesmo! É como aquele rapaz que batia a cabeça no muro das lamentações: quando um turista curioso perguntou para ele por que ele fazia aquilo, ele parou de bater a cabeça por uns instantes, inspirou fundo e respondeu: “Ah... é que dá um alívio quando a gente pára...” - e começou de novo. Mais uma ironia: há coisas no mundo muito piores que um muro, mas muitos não percebem.
Eu mesmo tenho meus muros preferidos aonde gosto de bater a cabeça compulsivamente. Mas os muros não me incomodam, as entrelinhas sim. Tenho uma necessidade infantil de querer encaixar os blocos e terminar os quebra-cabeças. É quase viciante. Mais forte do que eu. É aí que entra a verborragia: começo a escrever em círculos. Escrevo textos e mais textos achando que estou encontrando o caminho, mas nunca saio do lugar. Sou capaz de escrever páginas e mais páginas no Word (com fonte tamanho 10) sobre um assunto sem chegar a uma conclusão. Faz parte do meu caso de amor quase sexual com o tal ‘muro’ - eu fico ‘em cima’ dele...
Entrelinhas me deixam nervoso. Não, nervoso não, pensativo. É pensar que me deixa nervoso. Não, pensar não, é não saber as coisas que deixa. Afff...
Enquanto não descubro ao certo a razão (no duplo sentido da expressão), sigo falando muito sem dizer nada. Haja verborragia…

sábado, 24 de julho de 2010

A Morte do Suicídio

A morte da morte

Não contente em estar morto em vida, se auto suicidou-se, matando-se a si mesmo.

E desde que a morte morreu, sua vida nunca mais foi a mesma.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Entre Amigos e Espelhos

Devo ter algum problema com os espelhos. Não sei, talvez seja a forma com que olho para eles, ou o meu ponto de vista, por assim dizer. É que quando olho para o espelho, ele me devolve uma imagem distorcida. Bem, na verdade sou eu que recebo uma imagem distorcida daquilo que ele me mostra. Mas eu sou assim mesmo, parcial. Não consigo olhar-me como sou de fato. Defeito meu. Mas talvez para isso existam os amigos! (?)
Quando conseguimos expressar as impressões que as pessoas à nossa volta nos transmitem e captar delas algo semelhante, acho que conseguimos entender melhor como somos de fato. Ou será que não? Isso me leva a pensar o que seríamos de fato. Aquilo que pensamos? Aquilo que sentimos? Aquilo que os outros pensam de nós?
Tenho dificuldades de aceitar que sou aquilo que penso. Não, não consigo aceitar isso. Me recuso a aceitar que sou tão pequeno assim. O que penso não te diz quase nada, é o que sou que faz a diferença. De que adianta pensar ser de um jeito, se você é de outro? Para que viver no mundo da fantasia e da hipocrisia?
Talvez eu esteja sendo extremista. Porém agora não consigo ser diferente, embora sinta ventos de mudança chegando. Afinal de contas, me parece que somos seres dinâmicos em constante mutação. (Putz, será que errei essa também?)
Então é assim, por enquanto encaro meus amigos como se fossem espelhos. Eles são capazes de me fazer ver aquilo que minha visão seletiva não capta: aquilo que pareço. Consigo traçar até um paralelo em alguns casos, entre aquilo que penso que sou e aquilo que os outros enxergam em mim. Mas estaríamos todos errados?
Em meio a tantas dúvidas, resta-me uma certeza quase solitária: é muito bom ter amigos verdadeiros...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Prêmio Blog de Ouro


Puxa vida do céu, vejam só isso! Este Blog foi indicado para o Prêmio Blog de Ouro!




Meu muito obrigado especial à Yeruska e ao Totalmente Comum pela indicação! Sinceramente, quando comecei com este blog, há algum tempo atrás, nunca me passou pela cabeça que pudesse ganhar o que quer que fosse. Desse jeito, vou começar a pensar que até sei escrever... (alguém me segure!)

As regras são simples:
1- Colocar a imagem do selo no seu blog.
2- Indicar o link do blog que nos indicou.
3- Indicar  blogs, para receber o selo.
4- Comentar nos Blogs dos indicados sobre este selo.

E meus indicados são:
É difícil indicar assim... Ando acompanhando poucos blogs por falta de tempo, mas gosto desses aí de cima.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Caríssimos

Tesouro

Sim! Caríssimos! Os amigos são o tesouro mais caro que existe neste mundo, e quem possui amigos verdadeiros pode se considerar alguém verdadeiramente rico! Tenho amigos que considero muito mais que amigos, pois são verdadeiros irmãos. E, embora as distâncias insistam em nos separar, sempre os carregarei comigo. A vocês, meus amigos, só tenho a dizer…

MUITO OBRIGADO!

E meu abraço especial aos amigos de trabalho, do blog, do twitter, facebook, orkut… sintam se todos abraçados virtualmente! ;)

Afinal de contas, eu não seria eu mesmo se não fossem os amigos, os quais tenho por espelhos, o que quer que isso signifique…

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ausência...

A ausência de posts recentes no blog, (e de posts de qualidade também), tem dois culpados fundamentais: Bekin & Kotler. Mentira! O culpado sou eu, que estou em trabalho de conclusão de curso, namorando com esses dois caras aí de cima (e mais alguns outros(as)) o maior tempo que posso. Sendo assim, resta-me deixar-lhes uma música que está me tomando a alma de assalto de sábado para cá. Não só a música, mas esse filme. Sempre me emociono quando vejo. Quando puder, vou escrever sobre isso.
Um momento muito poético produzido pelo cinema...


Music: The Ice Dance, by Danny Elfman

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eu, Artista III

Aproveitando a onda de arteirisses deste blog, atrevo-me a postar um passo-a-passo do desenvolvimento do primeiro quadro que pintei na vida, há cerca de uns dois anos atrás…

 Imagem 194

  Imagem 196

Imagem 200

Imagem 205

Eu, Artista II

In Black

A seguir, meus atributos artísticos. Contatos podem ser feitos através do botão 'pitacos', no rodapé da postagem.
  1. Músico Profissional: A única diferença é que não canto e não toco muito bem. Ah, além de não compor músicas próprias também. Mas se você deseja que sua festa termine cedo, sou uma excelente opção!
  2. Pintor Profissional: Já pintei várias paredes e forros vida afora! Tentei alguns quadros também, mas achei muito complicado.
  3. Escritor: Meu livro está quaaaase pronto! Tenho quase o capítulo um, quase o dois, quase pensei como será o terceiro, e o quarto...
  4. Ator: Sou o personagem principal da minha própria vida! Pensa que isso é pouca coisa???
  5. Diretor e produtor: Já produzi dois vídeos que estão postados no YouTube. Clique AQUI para acessar meu canal lá! Pra o trabalho ficar profi, só falta mais $$, tempo e experiência...
  6. Declamador de poesias: Sou capaz de declamar as mais lindas poesias que há no mundo, como esta de um célebre cancioneiro gaúcho: "O sol já vai se pondo, por detrás daquele morro; queria saber o teu nome, pra botar no meu cachorro." Boa impostação de voz garantida ou o seu dinheiro de volta!***
  7. Há muitos outros atributos a serem elencados, mas esta página seria muito pequena para tanto!
*** A excelente entonação/impostação da voz é garantida desde que as condições não sejam adversas. Além disso, a garantia perderá a validade no caso de textos muito longos, ou seja, com mais de três linhas escritas em folha de tamanho A4, utilizando fonte Times New Roman, tamanho 32.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Síndrome de Asperger


Estou começando a pensar que tenho essa síndrome. Dá uma olhada nos sintomas (by Wikipedia):
A Síndrome de Asperger, também conhecida como autismo de alta funcionalidade (AAF), se relaciona com o transtorno de Asperger definido na seção 299.80 do DSM-IV por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:

  • Prejuízo severo e persistente na interação social;
  • Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;
  • Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;
  • Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;
  • Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.
  • A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.

Afff... talvez eu deva procurar um psiquiatra logo de uma vez! Se você ler algumas coisas que escrevo, haverá de concordar comigo...

Ps: O modo irônico está ativado, ok? ;)

Sentir

Sentimentos não são errados, muito menos adequados. Não os controlamos. A única coisa que sabemos fazer com nossos sentimentos é senti-los. Tem dias que até penso que eles são inúteis. Mas, embora alguns possam parecer errados, eles não o são. Sabe aquela vontade que você tem de matar o chefe? Isso não é errado! O querer, o desejar, o sentir... nada há de errado nisso. O que pode ser errado é aquilo que fazemos com nossos sentimentos (não vai matar ele, ok?).
Nutrir certos sentimentos, porém, já é outra história. Há sentimentos que se alimentados podem ser potencialmente danosos, podendo nos levar a cometer bobagens sem tamanho. Quem quiser alimentar sentimentos hostis, poderá estar criando monstros (e quem já não teve (ou tem ¬¬) algum de estimação?). Acho que não há muita receita para isso, por isso procuro ser racional nas minhas atitudes, em detrimento de algumas emoções. Isso porque a razão tende a ser menos danosas ao meio ambiente do que os sentimentos ou as emoções.
Se você pensa diferente, ótimo para você! Se quiser deixar sua receita de como lidar com os monstrinhos sentimentos, comente abaixo! Afinal, ‘cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração¹’, e ‘a cada um cabe alegrias e a tristeza que vier¹’.


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1 - Trechos da música 'Epitáfio', dos Titãs.

domingo, 11 de julho de 2010

Muito Além do Cidadão Cane

Este é o título do documentário que posto logo abaixo, em quatro partes, retirado do YouTube. O documentário, produzido pela BBC, é sobre Roberto Marinho e a influência de sua Rede Globo na sociedade brasileira. Ele questiona a forma como Marinho manipula (manipulava) o país de acordo com os seus interesses. Ele chega a demonstrar que a empresa de Marinho apoiava o regime militar.
Se você deseja mesmo assistir a esse documentário, sugiro que você separe um tempo para tal, pois as quatro partes totalizam aproximadamente 90 min. Para quem quiser ter um maior conhecimento a respeito de como funcionavam os bastidores da televisão que moldou o caráter de boa parte do povo brasileiro, vale muito a pena. Aprecie sem moderação, mas mantenha sempre o modo crítico ativado, ok?




Parabéns Espanha!

Foto: Johannesburgo, 11 de Julho de 2010. (fonte: FIFA.com)

sábado, 10 de julho de 2010

E se fosse possível?

- Quer ver o mundo como eu vejo? - Propôs Alberto, oferecendo-me seus óculos.
- Isso é possível? - Duvidei.
- Experimente! - Ele me disse.
Estendendo minha mão incrédula, tomei-lhe os óculos. Coloquei-o no rosto ainda desconfiado. Porém, quando olhei a minha volta com os óculos de Alberto, tudo estava diferente! Era fantástico! Parecia que eu havia entrado em algum filme ou coisa parecida, mas era muito mais que isso. Comecei a me sentir diferente em relação a tudo, como se eu não fosse mais eu. Até as cores e as distâncias me pareciam diferentes. Não conseguia achar as pessoas bonitas ou feias, eu apenas sabia se elas eram bonitas ou feias; ou então sabia se elas eram falsas, preconceituosas e não gostavam de mim. Tudo estava fora do lugar, mas, ao mesmo tempo, tudo estava exatamente onde deveria estar. Eu não só tinha entrado em um filme, como era o personagem principal do filme. Não, aquilo não era um filme; era uma vida! E tudo parecia caber dentro de mim. E não é que aquilo tudo me parecesse real, era real. Comecei a perceber que algumas pessoas provocavam um nó em minha garganta e me reviravam o estômago: eu não gostava delas e tampouco elas de mim. Só de começar a pensar nelas, comecei a passar mal, Alberto percebeu.
- Pode me devolvê-los agora? - Pediu-me ele.
Ainda com um nó no estômago, causado por sensações que eu ainda não entendia, devolvi-lhe os óculos.
- Fascinante, não? -  Disse Alberto, recolocando os óculos e sorrindo para mim.
Eu apenas balancei a cabeça sem saber se o movimento que fiz significava um sim ou um não. Estava estupefato. Até hoje ainda não sei o que pensar a respeito daquela experiência.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Múltiplas Personalidades

Gosto de pensar que possuo um pouco de empatia, embora no fundo eu não acredite que ela exista. Se bem que ultimamente a lista de coisas que eu pensava não haver está crescendo geometricamente. Mas quanto à empatia, ainda que ela não exista, posso ser capaz de ao menos lhe sentir o cheiro. Tenho tido, em especial, uma empatia (ou o mais perto disso que posso) por alguém muito específico. Alguém de quem nem sempre gosto, mas que tem me surpreendido em muitos de seus atos: EU! Ah, tenho parecido um egocêntrico ultimamente, mas nada posso fazer se me amo. Afinal, no fundo eu sou apenas uma criança marota, descobrindo o mundo ao seu redor com curiosidade. E percebo que tudo é tão novo! E diferente também! E quando o mar começa a ficar muito agitado, então mergulho rapidamente e percebo que lá no fundo tudo está tão calmo... Tão sereno... nem parece possível (o que há de errado comigo?). E, justamente por isso, passo a pensar que não sou mais eu, sou outro. Sou alguém que eu mesmo não conhecia quando adormeci na noite anterior. Os fantasmas parecem ter desaparecido temporariamente (o que por um lado é uma pena, eles me contavam umas estórias muito interessantes). Os monstros parecem ter feito as pazes comigo, e pararam de tentar me devorar. Será que estão em alguma espécie de transe? O que será que os deixou assim? Ou vai ver que eles sabem que posso quebrar a qualquer momento, e resolveram aliviar a minha barra. São tantas as hipóteses...

Talvez este meu surto repentino de felicidade esteja alavancado em Letras Hipotecárias dos EUA, mas não faz mal, enquanto a crise econômica não me atingir, estarei rico! Então, o negócio é aproveitar a sombra e a água fresca.
Ao menos por enquanto! ;)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eu Não Existo (?)

Busquei-me. Debati-me por entre espelhos dos mais variados tamanhos e formas, desde engraçados até os mais horríveis e perturbadores, mas não me encontrei. Parece que me via de relance, com o canto do olho, de vez em quando.
Perguntei ao mundo sobre mim. Saí a campo, e a cada transeunte que passava, me colocava a explicar as características daquele eu que eu tanto buscava. Depois de dar as instruções de como era o eu perdido, as pessoas olhavam-me com aquele ar de ‘não vi e não conheço’, num espremer de bocas e balançar de cabeças extremamente desolador.
Até agora, só pude pensar em duas hipóteses para o meu sumiço: ou eu nunca me vi, ou os outros nunca me viram; se é que eu existo mesmo...

Dicas de Auto Ajuda (continuação)

Ou seria 'autoajuda'? Ah, danem-se as regras e as novas regras de português, aqui quem manda sou eu!
Primeira parte mais abaixo ou aqui!


Dica 4: Se está difícil viver, sobreviva: Tem dias que ficamos meio pra baixo, e parece que o mundo cai sobre nossas cabeças. (Se você quiser se matar, leia a dica nº 1, se não; siga.) Então esses dias começam a se repetir, e é o trabalho, a vida afetiva, os amigos, a família; nada parece que vai bem. Bom, para os tempos difíceis, o que temos a fazer é sobreviver! A sabedoria popular está certa ao afirmar que o tempo é um santo remédio. As tristezas de hoje podem se tornar a alegria do amanhã, mesmo que esse amanhã demore um pouco a chegar. Não se desespere se isso acontecer! Algo que você pode fazer é usar a tristeza temporária a seu favor. Para isso, escreva textos melancólicos e letras de música à lá Renato Russo em Vento no Litoral.  Assim a sua merda pode virar moda! Ou seja, curta a sua melancolia até não aguentar mais, então ela ficará tão enjoativa que vai fugir de você, e aí é só felicidade! Até a próxima noite escura...

Dica 5: Não envelheça: Tem muita gente ficando velha precocemente. Ficar velho é diferente de ficar idoso. Há idosos que são jovens (é quase o meu caso) e jovens que são velhos. Um velho reclama de tudo, critica tudo com ferocidade e não consegue perceber o lado bom das mudanças. Veja o exemplo do Orkut: quando mudaram os recados, muitos velhos se manifestaram contra, sem ao menos entender o que havia de bom ou ruim na mudança, apenas fizeram como aquele velho rabugento que não conhece direito, mas não gosta assim mesmo. Ser jovem é não ter medo de assumir alguns riscos. É procurar pelo que há de bom nas coisas, é experimentar! E, se for preciso criticar, será para o melhor, não para o pior. Quem é velho não é capaz de mudar, só de criticar. Quem é jovem, procura aproveitar, antes de repudiar. Amadurecer, porém, é algo importante e louvável; mas, por favor, não se torne velho antes do tempo...

Dica 6: A verdade não existe: A verdade não passa de um ponto de vista propriamente seu, e de mais ninguém. Pedro vê o muro e diz que ele é vermelho; João diz que é verde. Ambos brigarão por defenderem cada um suas convicções. Só que um não sabe que o outro é daltônico. O mesmo muro, mas pontos de vista diferentes: é só o que temos na vida. Não brigue por defender uma verdade, apenas exponha o modo como você vê as coisas. O muro vermelho? Puxa, amigo, mas eu posso te jurar que ele me parece verde quando o vejo! Te prometo que vou tentar prestar mais atenção para ver o detalhe que me escapou... Outro detalhe que pode mudar ainda mais a estória é se cada um deles estiver de uma lado diferente do muro. E aí? Ambos estarão sempre certos, segundo seus pontos de vista. Simples, não?

Ps¹: São dicas baseadas em minha claudicante e parcial sabedoria de vida. Você já sabia disso, não é mesmo?
Ps²: Se você achou isso aqui ruim, fuja enquanto há tempo, virão mais posts desse naipe aí...
Ps³: Se você se enquadra no que escrevi no Ps², o que ainda está fazendo aqui? Vai (re)ler um livro do Paulo Coelho!!!
Ps²³²¹³: A imagem do muro dá um belo papel de parede...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sentidos

As coisas não são sempre o que parecem, e quase nunca parecem aquilo que são. Vemos apenas uma parte do todo, que hoje é, amanhã não mais. E vejo acontecer com as pessoas, e vejo que acontece comigo. Não sou aquele que sou. Nem ao menos sou aquilo que sou. Sou apenas o pedaço de uma parte de um pequeno fragmento particionado em milhões de pensamentos, sensações e sentimentos; que variam dos mais nobres aos mais pobres, torpes e fúteis que há. Mas amanhã tudo aqui será passado, e talvez nem mereça ser lembrado. Apenas o que fica é a impressão que deixamos nos outros, e as que eles deixam em nossas atormentadas almas. Almas prisioneiras de um cativeiro sobre o qual somos inconscientes ou pouco sabemos a respeito. No fim, apenas o pó aqui restará. Mas onde estaremos nós? Eu sei que estarei em você, porque você um dia leu este texto e talvez outros que escrevi; porque eu te amei ou te fui indiferente um dia, e assim fui importante de alguma forma em tua vida; porque na colisão dos nossos acasos, um se foi; o outro ficou.
Assim sou eu, assim é o mundo; onde cada qual pensa levianamente que possui alguma importância sem se dar por conta de que não passa de um pedaço de nada. É isso... somos menos que o pó. Nossa existência existe parcialmente, e temos para o todo a importância que tem aquela formiga que agora caminha atarefada pelo teu jardim. E que razão há na vida dela? Que razão há na tua vida? E na minha? E, assim mesmo, teríamos tanto a aprender com as formigas! Me escutem quando afirmo que elas herdarão a terra!
E que importância tem a tua decepção dentre bilhões de decepções existentes no mundo? Por que ela é mais importante do que a do outro? E por que haveria de ser inferior? Mas ela não conseguiria ser maior do que a beleza e o amor, nem que fosse multiplicada mil vezes! Há de haver na vida um sentido e um propósito glorioso e indecifrável. Mas qual seria o sentido? Talvez seja mais simples do que pareça! O sentido, caro leitor, amigo, conhecido ou desconhecido, é de dentro para fora.

domingo, 4 de julho de 2010

Dicas de Auto Ajuda

Dica 1: Não se mate: Quando a vida vai mal, é comum que algumas pessoas pensem em desistir de tudo. Eu mesmo, há muito tempo atrás, já desejei a morte. Insista em viver, e você verá que a noite mais escura precederá o dia mais lindo que você já viveu. Mas só quem for capaz de atravessar a dor será capaz de reencontrar o amor, e por isso você deve insistir. Tá, eu sei que agora você não percebe isso, mas é a mais pura verdade, ok? Acredite em mim e não vá se pendurar em nenhuma corda por enquanto, porque ninguém no mundo vale isso. Além do mais, se você fizer isso, muita gente que te ama vai sofrer. O quê? Ninguém te ama? Ah, impressão sua, alguém sempre te ama, você que é cego(a) demais para perceber por causa da depressão em que está agora. Ah, esse assunto não é pra você e você está de bem com a vida? Então some daqui e vai ser feliz! O relógio está correndo...

Dica 2: Ame, e muito: Quando a gente ama, encontra um sentido para a vida e, por consequência, acaba sendo mais feliz. Ame alguém, ame Deus, ame seu cachorro, mas ame! A pessoa a quem você ama não te corresponde? Não importa! Amar é desejar que a pessoa amada seja feliz de todo o coração e com toda a sua alma. Então, mesmo se essa pessoa não estiver com você, se ela estiver feliz, tudo bem! Se você não consegue amar assim, é porque não ama! Só posso te dizer que você precisa encontrar o amor verdadeiro para ser feliz, porque felicidade fora disso é mera ilusão. Não passa de um sentimento desordenado de posse, e esse sentimento pode vir a ser muito destrutivo. Fuja se for capaz!

Dica 3: Aprenda a ouvir: Enquanto a outra pessoa estiver contando um problema, pare de pensar em coisas semelhantes que aconteceram contigo e escute! Não, a experiência dela não é como alguma que você teve no passado, por isso esqueça de você por um segundo e procure ter um pouco mais de empatia! Tente ver o mundo da forma como ela vê, e não como se você estivesse no lugar dela! Dessa forma, além de você ajudar alguém, poderá descobrir universos diversos do seu que podem ser muito interessantes...

Bom, por enquanto era isso! Se conselho fosse bom, eu vendia, mas umas dicas assim não vão me deixar mais pobre. Além do mais, há coisas que quanto mais se dá, mais se tem, e a felicidade é uma delas. Amor também. então, vamos espalhar o amor e a felicidade pelo mundo, quem sabe ele se torna um lugar melhor para se viver. O que você acha?

Ps¹: Essas dicas podem se aplicar a você, ou não. Se não, é como eu já disse...
Ps²: Se quiser cometer suicídio e se eu não consegui sensibilizá-lo, faça o serviço bem feito, ou correrás o risco de tornar-se um incômodo vegetal. Se bem que eu acho que esse risco sempre existe. Então, mais um motivo pra ti não fazer bobagem!
Ps³: Seja muito feliz, que o resto é resto!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Fim de Uma Era


Relutei em escrever sobre futebol. Penso que todo brasileiro ficou um pouco triste hoje, e a culpa é do Dunga. Dunga, o símbolo de uma era que terminou hoje.
Dunga foi de vilão na Copa de 90, quando não fez a falta em Maradona, que acabou dando o passe para o gol argentino que eliminou o Brasil nas oitavas de final daquele ano. Estou escrevendo e lembrando os acontecimentos, e é tudo como um filme antigo em preto e branco. Por isso, não reparem se alguns eventos aqui narrados não aparecerem como na história, pois são apenas frutos de minhas recordações aliadas ao meu parco conhecimento futebolístico. Mas Dunga passou de vilão em 90 a símbolo de uma geração e uma nova forma de o Brasil jogar futebol em 94, deixando um pouco de lado o futebol arte e implementando um futebol feio, mas com resultados. Mas a era Dunga ainda não havia acabado ali, ela ficaria latente por mais um tempo, para renascer há quatro anos atrás.
Preciso dizer aqui que eu apoiei Dunga. Depois de muito tempo, finalmente vimos uma seleção com comprometimento para com a camisa que vestia. Com garra e bravura. Jogando às vezes feio, às vezes bonito, mas conquistando todos os resultados. Dunga foi, até hoje, um técnico vencedor.
Mas a culpa por estarmos mais tristes é dele. Foi ele quem nos fez acreditar que sua seleção era capaz. Foi ele que nos fez tirarmos de nossas mentes aquele Brasil de meias arriadas, que sorria e confraternizava com o inimigo após ser derrotado e humilhado por ele. Foi ele quem deu à seleção um coração de verdade - o nosso coração. Por isso é que a culpa é dele. Por onde navego aqui, vejo relatos de jovens e adultos que choraram. Eu não chorei, mas torci. Torci como há muito não torcia por uma seleção brasileira. Nem em 2002 eu senti a seleção como neste ano.
A seleção de Dunga chorou a derrota, assim como muitos brasileiros, que há muito não viam um time brigador, com direito a um Robinho gritando e apontando o dedo para adversários em campo e a um Kaká que soltava palavrões de fúria quando as coisas davam errado. Há muito não se via algo assim.
Mas a era Dunga obteve, hoje, seu ponto final. O futebol arte deve voltar às vitrines, e, com ela, muita marrentice e bundamolice eu creio. Mas vamos torcer igual. Vamos parar de trabalhar e vamos nos reunir para celebrar o futebol mais uma vez, e mais outra, e ainda outra. É a vida. É o Brasil...
E Dunga? Dunga voltará a ser o vilão. Sairá da seleção para entrar para a história: o único a ser vilão e se tornar um herói, apenas para se tornar vilão novamente. Mas eu ainda estou com ele, e, se pudesse retroceder no tempo, daria a ele meu apoio e meu voto de confiança. Afinal, futebol é vida, e nossa seleção estava morta há algum tempo...

Bang Bang

Som docemente melancólico. Vamos comemorar a derrota do Brasil junto com o resto de nossas mazelas infimamente singificativas...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Amores Perfeitos

Todos sonhamos um dia com amores perfeitos. E todos pensamos um dia que amamos alguém perfeitamente. Será?
'No amor perfeito, o sofrimento não existe'. Isso foi o que disse Renato Russo em um show gravado e transformado em DVD. Era isso ou mais ou menos isso, e eu discordo. Há o sofrimento sim. Não aquele que causa a morte de quem ama, mas o sofrimento que gera vida. Para se amar assim, é preciso experimentar o fogo.
Quando o amor atravessa o fogo, este retira dele as impurezas, transformando-o em um amor puro. É um processo parecido com o que passa o ouro, que, para se tornar puro, passa pelo fogo para que se retirem as impurezas. Uma vez purificado, resta apenas o amor, e então não mais importa os caminhos por onde ele passará, ele sempre será amor. E sempre vai gerar vida, pois é só o que o amor verdadeiro consegue fazer. Sofrimento? Pode ser que ele exista, mas não estará vinculado a um sentimento de posse ou desejo, mas sim ao desejo pela felicidade daquele que se ama.
A felicidade é tão simples! O problema é que temos medo do fogo, e não sabemos lidar com ele. Ainda temos muito a aprender...

Tenham todos uma ótima vida, e um segundo semestre repleto de amores perfeitos!
Precisa de mais alguma coisa?

Sobre Este Blog

Faz um tempinho que botei esse blog no ar. Mas aos poucos a gente vai alterando, colocando uma coisinha aqui e ali, e, quando se dá conta, muita coisa já mudou.
Você conserva as memórias de seu blog em algum lugar? Bom, eu não fazia isso. Não até agora. Mas resolvi deixar registrado aqui uma imagem de como era o blog antes da última reformulação. É preciso manter os pés bem firmes no presente, com os olhos no futuro, mas sem esquecer-se do passado. Então, aqui fica um registro de como as coisas eram...
Ps: Reproduzi o layout em meu blog de testes. Isso quer dizer que não está 100% igual, mas é mais ou menos isso... Se quiser ver a imagem maior, basta clicar sobre ela.