terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Diário de um Sociopata #1


Um amigo disse que seu amigo tinha um blog. Acho uma besteira esse negócio de blog. Pra falar a verdade, acho que tem gente que se expõe demais. Gente que fala coisas que ninguém quer saber, sobre assuntos pra lá de banais. Natal, por exemplo. Dei uma fuçada na internet e achei dezenas, talvez centenas de postagens falando sobre Natal. E quem quer saber? Quem é que vai ler aquilo? A mãe, o pai, o irmão e uma tia solteira e louca. Mas sabe que achei interessante o que meu amigo disse sobre ter um amigo que tem um blog e pensei: 'taí uma bela oportunidade...' Isso porque senti vontade de poder dizer umas palavras anonimamente. Então combinei com esse meu amigo de mandar um e-mail para o amigo dele e ver se ele postava o que escrevi, e eis aqui a carta! Isso se ele resolveu postar mesmo, né?
Well, isso aqui é só meio que um teste; uma introdução. Se houver mais, enjoy!

E até a próxima!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Blogs, Jobs e muitos pontinhos...

Eu olho os pontos - sei que há alguma coisa, algum desenho, escondido ali. Pego o lápis com minha mão ansiosa e imprecisa, e começo a conectá-los. Mas parece haver algo errado, então eu pego minha borracha e apago, para começar a ligar tudo novamente. Na segunda vez é mais complicado. Erro de novo, mas fica cada vez mais difícil apagar. Umedecer a ponta da borracha é uma estratégia arriscada, mas que pode dar certo. Pronto, foi difícil mas já é possível recomeçar. Não como antes, é claro, a folha fica cada vez mais danificada. Já no quarto ponto de um total de cerca de cinquenta, erro de novo. Minha vontade é de pegar aquela folha cheia de pontinhos e rasgá-la em mil pedaços.
Então ela chega por trás de mim, olha para meu futuro desenho e pergunta:
- Alguma coisa errada?
Dou uma risada irônica e nervosa e respondo. Minha voz é um grito sufocado, quando esgueira-se por meus dentes cerrados, para dizer:
- Tudo!
Ela me olha com um sorriso no rosto, daqueles que faz tudo o que há de ruim no meu mundo ir embora. Sua voz é como música, quando ela me fala:
- Não seja bobinho, está ficando lindo!
Eu olho para ela, olho nos olhos dela, e vejo que ela está sendo sincera. Está realmente lindo, aos olhos dela.
- E de que exatamente você gostou? - Agora eu também estou sorrindo, e já consigo falar como uma pessoa normal.
 - Gostei de tudo, mas achei esse detalhe aqui maravilhoso. É diferente de tudo que eu já vi.
Ela acaricia o papel exatamente em sua cicatriz, o ponto onde quase o furei de tanto apagar. Ela acha lindo. Não, maravilhoso. Eu via apenas algo horrível e imperfeito...
Ela sai da sala, deixando-me a sós com minha folha de papel. Eu olho para ela, mas nada vejo - meu olhar está perdido no infinito de meus pensamentos. Quando retorno a mim, vejo algo completamente diferente do que havia ali. Vejo algo bonito...



Um blog não deixa de ser um livro. Ao menos eu vejo meu blog quase como um livro. Talvez uma mescla entre livro, diário e ideias. Ah, e eu tenho tido muitas ideias, embora elas não saiam da minha mente para o computador sem que em precise escrevê-las. Isso sim eu acho que seria uma revolução: você pensa nos posts e eles aparecem! Bem, mas como ainda não é assim, minhas ideias vem e se vão. O pior é que até eu, que sou provavelmente o maior crítico de mim mesmo, considero algumas ideias boas, e ainda assim não as escrevo. Passam-se datas, fatos, notícias... enfim, a história acontece ao meu redor e eu nem estou aí. Ou melhor, eu estou aí; não estou é aqui. E o principal motivo pelo qual eu estava sempre aqui é que aqui eu vejo-me como sou, ao menos em parte. Tenho uma ideia melhor de mim. Puxa, nem há como explicar o que quero dizer com isso sem tornar-me muito repetitivo. O que posso dizer é que não vejo muita vantagem em escrever sobre algo que sou hoje, se amanhã serei outra pessoa. A única vantagem que talvez exista por trás de tudo isso é traçar uma linha do tempo que me permita "ligar os pontos", como disse o mestre Steve Jobs. Replicando o que ele disse:

"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos irão, de alguma forma, se conectar no futuro. Você tem de acreditar em algo - nas suas vísceras, no destino, na vida, no karma, que seja. Essa abordagem nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença na minha vida"


Quando vi essa frase a primeira coisa que veio à minha mente foram aqueles jogos antigos de criança do tipo de ligar os pontos. A gente ligava os pontos ordenadamente, e no fim aparecia um desenho. Eu ficava ansioso quando via aqueles pontinhos com números ao lado. Tinha que saber que desenho havia 'escondido' ali. E não tinha como saber o que havia ali sem ligar todos os pontinhos. Fui crescendo, e aquelas brincadeiras perderam a graça depois que me tornei capaz de antever o desenho escondido. Portanto, acho que o ato de escrever aquilo que sou, penso e sinto faz com que eu seja capaz de ver o trajeto que segui até aqui. Só que Jobs foi um visionário, um homem (e eu não tenho o menor constrangimento em usar clichês aqui) muito à frente de seu tempo. Eu sou um homem muito atrás de meu tempo, por isso não tenho a pretensão de ser capaz de ligar os pontinhos - nem de conseguir ver o 'desenho escondido' neles.
Por fim, já fazia algum tempo que não mais aqui escrevia, e já sentia saudades. Adoro escrever. Escrever faz com que eu desocupe minha mente. Mas talvez eu venha a escrever sobre isso outra hora.
Ou não...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Every Teardrop is a Waterfall

Apenas para demonstrar o quanto gostei desta música, e o quanto esta banda é relevante para mim, deixo-vos mais uma música do Coldplay, que dá nome a esta postagem. Assim sendo, após tanto tempo "sem escrever", uso da música para retornar novamente, pleonástico como sempre...


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Morte de Tenório


E então ele morreu.

FIM!


Ok, muita coisa aconteceu até ele morrer. Mas o caso é que estou tentando escrever sobre a morte dele para um concurso de contos, então não posso dizer contar como ele morreu neste espaço. Isso invalidaria o conto e eu seria sumariamente desclassificado. Mas depois do resultado, postarei aqui, é claro...

domingo, 7 de agosto de 2011

Tenório (Parte 5: FINAL)



Ele gostava muito de Ana, mais do que achava que gostava. Na época dos acontecimentos aqui narrados ele ainda não sabia que ela teria um papel fundamental em sua vida, pouco antes dela terminar. Ana lhe daria uma missão, ou algo assim. Digamos que lhe daria um motivo para viver. Ou um sentido para sua vida, podemos dizer.
Agora, porém, Tenório apenas buscava ter a intimidade que sempre desejara com Ana. Ou seja, desejava levá-la para sua cama.
- Minha nossa, Tenório, o que eu posso fazer por você?
- Quero um abraço, se não for pedir muito. - Disse Tenório, pondo-se em pé.
- Claro! Vem aqui, vem! - Ana levantou e estendeu os braços na direção dele.
Era tudo o que ele queria. Agora era só não errar o bote. Ele abraçou-a com todo o corpo, envolvendo-a como se ela fosse um enorme travesseiro. Apertou-a contra si e deitou o nariz em seu pescoço. Percebeu que a respiração dela alterou-se instantaneamente - ia ser agora. Tinha de ser...

E foi.

Ana pegou no sono pouco depois que fizeram amor pela segunda vez. Eram mais de duas da manhã de sábado, e Tenório decidiu que não dormiria. Acompanhou o sono da bela Ana, com um sorriso de satisfação no rosto - um sorriso que nem a morte poderia desfazer. Por uns momentos, foi como se nada de ruim pudesse se colocar entre ele a aquela linda mulher a dormir em sua cama.
Levantou-se.
Procurou pelo quarto, ajudado pela pouca claridade que entrava da janela, por um antigo maço de cigarros. Encontrou-os e foi para a varanda. Riu sozinho ao ver os avisos de advertência no verso da caixa. “Como se importasse” - chegou a dizer a si mesmo.
A noite estava agradável. Ele sentou-se à frente de sua casa e acendeu um cigarro. Fazia muito tempo, talvez uns cinco anos, que tinha parado de fumar. Nas primeiras tragadas sentiu sua cabeça girar - não estava mais acostumado à nicotina e às outras mais de quatro mil substâncias tóxicas que havia no cigarro. Começou a pensar, mas não voluntariamente. Apenas deixou sua mente vagar. Milhões de pensamentos e sensações o invadiram em poucos minutos. E cada pouco vinha em sua mente Ana. O sorriso de Ana; Ana dormindo; o jeito de Ana; os cabelos de Ana; o corpo de Ana... De onde vinha tudo isso? - Tenório não sabia.
Resolveu voltar para a cama - sentia necessidade de vê-la. Tocar nela, estar com ela...
Embora não quisesse dormir, não pode manter-se acordado a noite inteira. Seu corpo não aguentou e ele caiu em um sono profundo. Porém, antes de dormir, muitos outros pensamentos e insights aconteceram na mente transtornada de Tenório, e, ao que tudo indica, o que ele pensou naquela noite determinou a forma como ele morreu. Ou melhor, influenciou na maneira pela qual ele escolheu morrer.
Mas isso já é assunto para uma outra história...

sábado, 6 de agosto de 2011

Tenório (Parte 4)


Tudo o que fazemos e pensamos acontece dentro de um espaço de tempo. Existem aparelhos capazes de medir precisamente o tempo que decorre entre o início de um acontecimento e seu final - são chamados de relógios. Eles podem medir com precisão, por exemplo, quanto tempo um atleta leva para percorrer a distância de cem metros, entre outras coisas.
Há vários tipos de relógios, mas todos marcam o mesmo tempo. E o fato de existir um relógio para marcar o tempo pode fazer com que este mesmo tempo pareça virtualmente maior ou menor, dependendo da situação.
Tenório, por exemplo, não tinha tempo, pois logo iria morrer. E sabia disso. E o fato de ele saber disso fazia com que o seu tempo se passasse ainda mais rápido, embora fosse o mesmo tempo que transcorria para Ana. A diferença é que Ana, por sua vez, não via o tempo passar, tão atolada que estava; imersa em seus próprios dias...
É bom ressaltar que outro problema temporal pelo qual Tenório passava lhe era extremamente cruel: a sós com uma linda mulher, ele precisava de tempo para inventar uma desculpa plausível do porquê de haver um Viagra rolando pelo chão de sua sala.

Tenório teve a impressão de que estava ficando vermelho. Bem, talvez roxo de vergonha. Amaldiçoou mentalmente o jeans velho que estava usando. Como não tinha percebido que o bolso estava furado?
Parecia que o ar sumia dos seus pulmões e seu estômago deslocava-se dentro de sua barriga, enquanto assistia ao Viagra caído de seu bolso girar no chão, ao lado de seu pé, sob o olhar desconfiado de Ana.
- O que é isso? - Perguntou ela, enquanto inclinava-se para frente para colher o Viagra com uma das mãos.
- Isso o quê? - Tenório respondeu, enquanto repetia o gesto dela, inclinando-se e ”acidentalmente” esmagando o comprimido com a sola do sapato.
- Ops! O que é isso? Puxa, acho que era um remédio... Quero dizer, era o meu remédio!
- Remédio? - Pelo tom da voz de Ana, ele percebeu que ela devia estar levemente desconfiada.
- Sim! Puxa, que azar, esses remédios custam uma fortuna! Deve ter caído do meu bolso. - Explicou ele. E era verdade: o remédio era caro mesmo; uma fortuna, na avaliação de Tenório.
- Você não tinha me dito que tomava algum medicamento. Este vinho não corta o efeito? - Ana tentava educadamente encontrar uma forma de ele contar que pílula era aquela. Tentava não ser invasiva demais.
- Olha, Ana, acredito que deva cortar um pouco. Só que aqui, com você, sinto-me bem como não me sentia em sei lá quanto tempo, sabe? Então acho que não me faz tanta falta agora. O remédio, quero dizer. Tanto que até tinha esquecido de tomar.
- Que bom... fico feliz de estar aqui com você também. A gente precisa disso de vez em quando...
- Nem me fale! Fazia muito tempo que não me sentia tão bem sem usar esses remédios para levantar o humor! - Disse Tenório, enquanto dava um risinho nervoso e tinha a sensação de sentir um calor estranho, inconveniente e repentino.
- Ah, são para levantar o humor?
- Sim! É que meu médico não me deu boas notícias ultimamente. Aí me mandou em um psicólogo, que me receitou isso.
- Engraçado... que eu saiba psicólogos não podem receitar medicação, só psiquiatras.
- Ahm, bem... é que ele é meu amigo, e conseguiu que um colega dele, psiquiatra, emitisse a receita, sabe...
- Ah, que sorte a sua!
Tenório tentava contornar a situação embaraçosa na qual havia se metido. E agora? Tudo estava ruindo. Indo por água abaixo. Ana poderia levantar, agradecer e ir embora a qualquer momento. Não! Ele não deixaria isso acontecer. Não esta noite. Já que não lhe restava tanto tempo, resolveu tomar medidas drásticas e ativar o “plano D” - de desesperado.
- Ana, eu não pretendia te contar isso, não esta noite. Mas é que eu vou morrer.
- Ah, eu também vou...
- Não, Ana, você não entendeu. Quando falei das más notícias que o médico me deu eu me referia a isso. Vou morrer logo. Muito logo.
- Puxa, Tenório, como assim? Mas o que...
- Não, Ana, não me faça mais perguntas. Só queria que você soubesse e visse que sou um homem diferente agora. E achei que poderíamos passar bons momentos juntos. É isso que quero para minha vida, entende? Viver ao máximo cada segundo. Aproveitar tudo, pois amanhã posso não estar aqui.
A expressão de Ana mudou, e agora que ela parecia seriamente preocupada ele aproveitava-se disso para fazer-se de coitado e tentar levá-la para cama de uma vez por todas. Enquanto falava, ele chegou mais perto dela e tomou sua mão. Agora ele precisava dar o golpe final, e tudo daria certo.
Se é que seria tão simples e fácil assim...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tenório (Parte 3)



Tenório rodou o comércio de seu bairro comprando algumas coisas que julgava imprescindíveis para a concretização de seu plano fatal. Isso incluiu uma nova ida à farmácia para comprar uma caixa de Viagra - assim a performance estaria garantida. Comprou também uma cueca novinha em folha, daquelas ‘de perninha’ - como ele mesmo explicou à vendedora; queria estar bem apresentável na hora ‘H’. Lembrou de pegar flores quando já voltava para casa, assim causaria uma boa impressão em Ana.
Quando a hora foi se aproximando, ele tomou um banho demorado, como não tomava há algum tempo, e vestiu-se com uma roupa em que se achava mais atraente. O jeans era meio velho, mas era bem confortável e lhe caía bem. Escondeu cuidadosamente uma pílula de Viagra em um dos bolsos de sua calça, uma camisinha em outro bolso, e foi para a cozinha. Quando Ana tocou a campainha, Tenório já estava com quase tudo pronto.
- Olá Ana! Puxa, como você está linda!
Ana sorriu e foi entrando, dizendo que era gentileza dele e que ele também estava ótimo, e essas mentiras que as pessoas dizem para sentirem-se socialmente mais aceitas e não gerar desconforto aos outros.
A partir de agora era tudo com Tenório, e nada poderia sair errado. E ele tentava parecer o mais sexy e educado que podia. Olhava nos olhos dela enquanto falava, tentava parecer inteligente e engraçado, jogava algumas indiretas muito sutis e procurava prestar atenção a cada movimento de Ana, na tentativa de decifrar por aí se seu plano estava dando certo. E dava a impressão que estava tudo perfeito.
Jantaram. Até ali estava tudo correndo como o planejado. Foram para a sala de estar. Tenório colocou uma música suave no aparelho de som e sentou-se virado para Ana. Ela fez o mesmo - estava caindo - pensou Tenório. De acordo com o que ele havia estudado na internet, ela estava bem receptiva. Só cabia a ele a missão de não estragar tudo.
Tenório estranhava como as coisas pareciam estar estranhamente em seus lugares. Afinal, nada em sua vida havia sido fácil até ali. Era estranho. Pensou, então, no médico dizendo-lhe que teria sorte se chegasse a completar mais um ano de vida. Lembrou da sensação de nó na garganta, de frio na barriga, da revolta, das lágrimas. Lembrou de si mesmo dizendo ao médico que não queria passar o resto de sua vida em um hospital. Sorriu para si mesmo da sensação que havia sentido naquele dia. Lá, pela primeira vez, sentia uma vontade indescritível de viver... Ana pensou que o sorriso e os olhos brilhantes dele fossem para ela, e se entusiasmava ainda mais nas coisas que contava. Só que Tenório não fazia a menor ideia de sobre o que ela falava. Será que ela contava alguma coisa que tinha acontecido numa viagem, ou algo do tipo? Buscou rapidamente em sua mente o que deveria fazer para que ela pensasse que ele prestava atenção a tudo o que ela dizia - tinha lido alguma coisa sobre isso na internet.
- ... e aí ele caiu no chão! - Terminou Ana, e começou a rir. Ele começou a rir junto, dizendo:
- Ele caiu no chão! - Ele repetiu enquanto ria junto, e seu riso era puramente verdadeiro, genuíno.
Repetição. Para uma mulher não desconfiar que você não prestou atenção em nada do que ela disse, repita a última frase (ou as últimas palavras), e tente demonstrar alguma emoção enquanto falar. “Ufa, deu certo...”
Tenório, então, ouviu um barulho estranho, como se alguma coisa tivesse caído e rolado no chão. Parecia ser um brinco ou algo semelhante. Ana também pareceu perceber, pois passou a vasculhar o chão com os olhos enquanto tateava suas orelhas com as mãos.
Mas não era um brinco.
- O que é isso? - Perguntou Ana curiosa.
Tenório ficou instantaneamente vermelho. Ali, no chão, próximo ao seu pé de, um comprimidinho azul rolava pelo chão.
Era seu Viagra.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tenório (Parte 2)



Tenório mudou-se. Mas não do verbo mudar-se e sim do verbo transformar-se. Simples assim: mudou-se. E, se o novo Tenório não tinha mais medo da morte, muito menos medo teria de levar um fora de uma mulher bonita. Foi então, em meio ao turbilhão de pensamentos que quase explodia sua cabeça, tentando entender a nova fase (final) de sua vida, que Ana lhe apareceu.
É bom deixar claro aqui que os dois já se conheciam de algum tempo. Talvez de uns dois ou três anos, na avaliação de Tenório, mas eles nunca tinham conversado muito. Ana era a mulher do tipo com que Tenório sonhava às vezes - especialmente quando acordava molhado - se é que vocês me entendem; e era por isso que ele não conversava muito com ela. Era uma espécie de medo. Medo bobo da mulher alta, carnuda, sexy. E morena. Ah, ela era areia demais para o caminhão dele, mesmo que ele fizesse duas ou três viagens. E tinha que ser morena...
Só que Tenório, depois de mudar-se, ficou realmente diferente. E o novo e semijovem (em estado de jovem) Tenório não titubeou, chegou junto. Ana estranhou um pouco, mas por fim concordou em jantar com ele. Na casa dele.
Tenório preparou tudo para a noite fatal. Cada detalhe. Primeiro pesquisou na internet maneiras de levar uma mulher pra cama no primeiro encontro, depois fez uma listinha do que precisava e partiu para as compras. Como precisava de camisinhas, já que as que tinha deviam estar vencidas, o primeiro lugar em que parou o carro foi numa farmácia.
- Do que o senhor precisa? - Perguntou a linda moça que o atendeu logo na entrada.
- Eu preciso de camisinhas.
- Pois não, qual o senhor deseja? - Perguntou ela, apontando para um sem-número de marcas que tinha no balcão.
- Puxa, agora você me pegou... que tamanhos vocês tem?
- Elas costumam ter o mesmo comprimento...
- Não... que bitola? - Tenório cochichou a pergunta como se contasse um segredo.
- Bitola?
- É, que largura? - Explicou ele, enquanto desenhava algo parecido com a letra “c” com o indicador e o polegar, fazendo a moça corar de vergonha.
Gentilmente, ela explicou a Tenório que as camisinhas vendidas ali eram de tamanho único, e, quanto mais explicava, mais vermelha ela ficava. Tenório achou que seria melhor mudar de assunto.
- Vou levar esse pacote aqui mesmo. Gostaria também de um perfume para as partes íntimas!
- Como, senhor?
- É tipo um desodorante, só que é para usar no Zezinho! - Explicou ele, apontando o dedo para as partes baixas, por assim dizer.
Até ele sair da farmácia, o vermelhão no rosto da atendente ainda não tinha passado. Ele pensou que seria bom experimentar uma das camisinhas antes de usar pra valer. Precisava ter certeza de que iriam mesmo servir.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Tenório (Parte 1)



Tenório era um cara comum, semijovem. Semijovem é alguém que já passou de jovem, mas ainda é quase jovem. Talvez ele se enquadrasse mais como um homem semijovem em estado de jovem, e isso era extremamente incomum, para não dizer único. Não é que ser um homem jovem, ou semijovem (em estado de jovem) seja incomum, mas é incomum ver jovens (ou semijovens (em estado de jovens)) com o nome Tenório. E Tenório ia morrer. Não apenas morrer, mas ele ia morrer logo. E ainda por cima era um cara feio. Não no sentido de não ser bonito, era feio mesmo. Algumas mulheres achavam que ele era “mais feio que encoxar a avó no tanque e chamar o avô de corno”; porém outras já achavam ele era um cara comível. Feio, mas comível, porque era simpático - o que agrada a muitas mulheres. Já Tenório, é claro, nem desconfiava que pudesse ser do gosto de algumas mulheres, pois, se desconfiasse que elas o achavam comível, ele é que iria querer comer todas elas. Mas o caso é que ele realmente ia morrer logo. Pelo que o médico lhe havia dito, não ia durar muito tempo não. Provavelmente não passaria de um ano. Só que ele duraria bem menos de um ano, mas nunca poderia imaginar que seria tão pouco. E nós nunca imaginávamos que tão pouco tempo de vida lhe renderia tantas histórias. Até hoje, muito tempo depois que ele se foi, há quem conte suas peripécias mundo afora. E, analisando tudo o que aconteceu desde as más notícias do médico até o fim da vida, que chegamos à conclusão de que a notícia de que Tenório ia morrer foi o que o fez, enfim, viver. Tenório, após saber de sua própria morte, simplesmente mudou-se.

Espelhos (mais uma...)


"Todos precisamos de espelhos para lembrar quem somos...


... eu não sou diferente." 

[do filme Amnésia (Memento)]

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Início

O primeiro passo para tornar-me um grande escritor é tornar-me um escritor. Para tornar-me escritor é preciso escrever algo - e aí que está o meu problema. Tenho, agora, uma ótima oportunidade para iniciar esta escalada: há um concurso cultural de contos ocorrendo na empresa na qual trabalho. Então eu pensei: por que não escrever um conto e participar deste concurso? Decidi participar, e foi aí que os problemas começaram - preciso escrever um conto.
Para escrever um conto, é preciso primeiro ter uma ideia, e ando meio fraco de ideias ultimamente. Então eis que uma luz surge ao fim do túnel: surge-me uma ideia. Começo a escrever o conto.
Escrevo mais ou menos umas quinze linhas e paro. Somente após um ou dois dias depois é que repego o texto (repegar é pegar novamente) para prosseguir com a estória. Não prossigo. Antes disso, mudo muitas coisas do que já tinha escroto escrito e mantenho-me dentro das (cerca de) quinze linhas originais. Deixo de lado mais um pouco. (Um ou dois dias talvez? Não sei...) Quando re-repego o texto, resolvo reescrever todo ele novamente, por um novo ponto de vista, ignorando a ideia inicial.
É, realmente não vai ser fácil... nem uma coisa, nem outra.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Grande Escritor

Eu quero ser um grande escritor, e, para isso, faltam-me apenas duas coisas: uma é ser grande, outra é ser escritor...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Suicídio II

Suicídio

Você sabe o que é suicídio? Pois saiba: há muitos tipos de suicídio. Mas vamos por partes; para começar, cometer suicídio significa matar-se. Então, quem comete suicídio, se mata. Parece simples, mas na verdade tem muita gente que se engana, matando-se várias vezes. João suicidou-se. Isso quer dizer que João se matou-se (suicidou = se matou). Será que ele se matou duas vezes? Será que isto está mesmo certo? Pra falar a verdade, eu não sei. O que sei é que, como mencionei antes, há diversos tipos de suicídio.
Um suicídio pode ser classificado como doloso ou culposo, por exemplo. Suicídio doloso é quando a pessoa humana tem a intenção de matar-se, ou assume conscientemente o risco de matar-se. Se alguém atirou-se de uma árvore com uma corda amarrada no pescoço, ou atirou-se numa árvore em um carro a mais de 180 Km/h o efeito é o mesmo, e é suicídio. Podem dizer que a segunda não tinha a intenção de se matar, mas obviamente assumiu o risco de produzir o resultado - sua própria morte.
Já no suicídio culposo, o indivíduo não tem a intenção de tirar a própria vida - mas isto acaba acontecendo por imperícia, negligência ou mesmo por imprudência do próprio indivíduo. Alguém que sofre um acidente de trabalho ao errar o manuseio de um equipamento, e acaba matando a si mesmo, morre de suicídio culposo. Suicídio culposo é quando a pessoa se mata sem a intenção de morrer. Porém, em qualquer dos casos, há a eliminação de um ser humano, ou seja, de uma pessoa.
O fato de se cometer suicídio, é, então, um crime. Se homicídio é matar alguém, quem se mata comete homicídio contra si mesmo. O fato que querer morrer, porém, não constitui crime; assim como querer matar alguém não é homicídio, e não será crime a não ser que a morte de outrem seja ao menos tentada.
Há muita gente que tem o desejo de matar alguém. Esse alguém, propriamente, em muitos casos, é a si mesmo. Eu, por exemplo, já tive desejo de matar a mim próprio, mesmo. Não morri por não ter coragem ou covardia suficiente para deixar que a morte acontecesse comigo. Sei lá, acho que não rolou a química entre eu e ela.
Eu sempre achei que era preciso muita coragem para tirar a própria vida de si mesmo, mas na verdade é exatamente o contrário. Alguém tem que ser muito covarde para cometer um crime doloso contra sua própria vida. Isso porque, quando alguém se mata-se a si mesmo, auto suicidando-se, está tentando transferir a culpa pelo que não dá certo em sua vida para um terceiro. Está terceirizando, portanto, o seu insucesso como ser humano; ou o sucesso dos seus fracassos. E muitos fracassos bem sucedidos levam um ser humano a repensar se sua existência sobre a terra é realmente necessária. Nessas horas é comum os seres humanos esquecerem-se de que são importantes para outras pessoas além de si próprias; se é que sentem-se realmente importantes a si mesmas propriamente ditas.
Para ilustrar melhor a questão da covardia, já soube de pessoas que mataram-se por causa de dívidas. Nesse caso, a covardia é ainda mais estúpida, pois o ser humano tentou transferir a culpa de sua morte a uma instituição financeira ou ao governo. E instituições financeiras, assim como o governo, são pessoas jurídicas; e pessoas jurídicas, como todos sabemos, não são dotadas de sentimentos. Ou seja, nem o banco nem o governo choraram, nem deram muita importância ao fato.
Mas há covardias muito cruéis. Há quem se mate por alguém, deixando até cartinha de despedida. Nesses casos, o ‘adeus mundo cruel’ é um dos mais covardes. E, infelizmente, seres humanos são capazes de fazer isso.
No fundo, quem se mata por outro ser humano, queria matar aquele. Como não tem coragem, resolve, então, culpá-lo por sua própria morte. Eu, como já mencionei, já desejei matar-me por outrem, e felizmente não tive covardia o bastante para concluir minha existência no mundo. Porém, obviamente, apenas a vontade ou o desejo não constituem crime isoladamente por si só. Neste caso, fui salvo por não ser covarde o suficiente, e, como prêmio, acabei superando minhas dificuldades.
Com o tempo a gente acaba aprendendo que morrer faz parte da vida humana. E eu, como ainda não consegui conquistar minha eternidade, espero ficar vivo tempo suficiente para obtê-la. Outra coisa que se aprende é que a vida é sempre possível (e muitas vezes gostável), em qualquer hipótese ou sob qualquer ponto de vista, e não há ninguém que já tenha comprovado que morrer é a melhor opção para se escapar dos problemas. Ou seja, quem deseja matar a si mesmo, é porque provavelmente está vivendo da forma errada. Não sabe aproveitar nem o amor, nem a dor que há na vida. Sim, porque em tudo há uma razão, um sentido e uma motivação. E se você é louco ou burro o suficiente para ler todas as asneiras que escrevo, talvez uma parte de você saiba exatamente do que estou falando.
Agora se me der licença, vou até ali ser feliz, e não tenho ideia de que horas volto.
Se é que um dia eu voltarei...

sábado, 14 de maio de 2011

Parabéns Ideias e Antíteses!!!!

Pelos seus dois anos no ar.
Na verdade foi ontem, mas ontem era sexta-feira 13...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eis a questão...


Há quem saiba tudo e quem não saiba nada. Eu, acredito, estou em algum lugar entre saber tudo e não saber nada. Mais próximo de não saber nada, provavelmente. Será? Pergunto-me, o que é melhor? Saber ou não saber? Saber que sabe ou saber que não sabe? Ou não saber que sabe e não saber que não sabe? Saber o que se sabe é bom? Ou talvez seja melhor não saber de nada mesmo sabendo?
Bem, de qualquer forma, ainda pior seria achar qualquer coisa. E nisso eu sou bom: achar coisas. Não no sentido de localizá-las, mas no sentido de ‘pensar que sabe’. E pensar que se sabe não é bom. Eu acho que sei muita coisa sobre poucas coisas. Ou ao menos costumava achar que sabia; agora já não sei o que sei, nem o que acho. Basta pesquisar aqui mesmo, nesse blog, e você vai achar muitos textos sobre poucos saberes. Ou melhor, sobre poucos achismos. Muita prolixidade verborrágica, isso sim. Muitas palavras, pouco conteúdo. Eu escrevo muito (ou escrevia), e não digo nada.
Sócrates sabia que nada sabia. Puxa, ter a sapiência disso deve ser bom. Saber que não se sabe nada... Em minha ignorância, acabo achando que não sei nada, mas acho que estou iludindo-me pensando assim. Isso é quase um auto-estelionato intelectual: induzo-me ao erro no intuito de obter vantagem ilícita em prejuízo de mim mesmo, usando de fraudulentos e inconsistentes artifícios escritos.
Acho que não sei, mas no fundo penso que sei de algumas coisas. Mas enganar-se de propósito de repente pode ser bom. A mim, pelo menos, permite escrever textos sem nexo sobre assuntos desconexos, com poucas ideias e algumas pseudoantíteses.
Pois é, de repente pode mesmo ser bom. Vai saber...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Viva La Vida



Há quem passe a vida e o tempo fazendo sempre as mesmas coisas, indo aos mesmos lugares, falando com as mesmas pessoas, sobre as mesmas coisas. Há quem não se importe em viver como se nem estivesse vivo, e não se importe em não fazer qualquer diferença no mundo.
Eu, em minha claudicante sabedoria, penso que o nome mais correto para isso seja ACOMODAÇÃO, e acho que essa é uma das piores doenças que acometem a humanidade nesses tempos. E tem mais, eu acho do verbo achar, com todas as conseqüências que meus achismos tem a capacidade de produzir - a prolixidade entre elas, é claro!
Pois bem, dito isso, faça uma análise mental e veja se sua vida está sendo boa para mais alguém além de você mesmo, se é que ela está sendo boa para você. Pare, pense um pouco e responda: você seria capaz de se apaixonar por você mesmo? Conseguiria aguentar seus próprios modos e manias a ponto de casar-se com você mesmo e passar o restante da vida ao seu lado? Você é daquelas pessoas de quem os outros querem estar sempre por perto, a ponto de você mesmo gostar de ficar em sua própria companhia? Se você abrisse uma empresa hoje, você se contrataria? Se você morresse hoje, o mundo sentiria sua ausência? Ou será que em cinqüenta anos seria difícil que alguém no mundo ainda lembrasse que você existiu?
Se as respostas a essas perguntas soaram negativas, mantenha a calma e não se mate! Ao menos por enquanto, pois ainda há tempo para virar o jogo. Só que, para isso, será necessário desprender algum esforço.
A receita que tenho para virar o jogo é simples: VIVER INTENSAMENTE. Se são raros os dias em que você sente aquela felicidade tão forte que parece que seu coração vai sucumbir, então é sinal de que você precisa ser mais intenso. Mais vibrante. Como aquele jogador que marca um gol numa partida difícil de uma final de campeonato mundial. Ou como a seleção brasileira de vôlei, quando ganha um título. Você entende o que quero dizer? IN.TEN.SI.DA.DE. Loucura? Definitivamente. Viver intensamente não é fácil, e os prejuízos para o coração ainda não estão comprovados, mas eu posso te garantir que é muito mais divertido que passar toda a vida como se não estivesse vivo. Porém, é claro que como há o bônus também há o ônus. Ou você pensa que é simples marcar um gol ou vencer um campeonato? Não, isso requer muito esforço. Ser campeão requer esforço. Fazer a diferença requer esforço, e isso faz toda a diferença...
E se você deseja fazer a diferença, então faça as coisas acontecerem! No trabalho ou no estudo, procure ser o melhor! Não faça isso para pisar ou humilhar alguém, mas apenas para provar a si mesmo que você pode, que você é capaz. Faça coisas novas. Converse com pessoas diferentes, e então você poderá experimentar outros universos e mundos que nunca serão nem melhores nem piores que o seu, serão apenas diferentes. Viaje, mas não para lugares que você conhece - experimente fazer algo novo!
Não passe a vida contando os dias, pois, quando se der conta, muitos anos já terão ido embora.
Não espere para viver. A vida é aqui e agora.
E as rédeas estão nas suas mãos...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Há tempos...


Há tempos que nem sou mais quem eu era. Depois que passou o Tsunami, pouco restou do que eu era antes - pra minha sorte...
E há tempos em que eu me preocupo muito com poucas coisas, e outros em que me preocupo pouco com muitas coisas. Depende. A diferença é que, depois que a gente enfrenta um Tsunami, aprende a dar valor e importância àquelas coisas que realmente fazem a diferença. Ou seja, pleonasticamente falando, a gente aprende a dar importância ao que é importante.
E eu, na minha loucura, penso em morrer para viver. Ah, tendo a escrever mais sobre isso no futuro no intuito de me fazer entender até a mim mesmo. O que quero dizer não é que penso em morrer no sentido de desejar a morte, mas sim que minha morte iminente seria uma tragédia sem tamanho, especialmente para mim. E por isso penso em viver ao máximo. Viver no limite. Como nunca e para sempre enquanto durar, como diria o poeta.
Porque amanhã posso já não estar aqui, e aí me pergunto, o que eu fiz? O que ficou? Será que ri o suficiente? Será que amei o suficiente?
E aí descubro que não - eu ainda não vivi o suficiente. E embora me pareça que já experimentei o que há de melhor na vida, eu quero mais. Cada vez mais.
Eu quero TUDO. E pra ter isso só me falta uma coisa: tempo.
E, se nesses tempos, já não sou mais quem eu era, então o que seria eu?
Acho que sou apenas "um estudante (in)dependente da mesada de seus pais. Um garoto com o braço tatuado.

E por você perdidamente apaixonado..."

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As rosas não falam...


Brigaram. Era de noite. Foi na cama. Cada um virou para o seu lado e tentaram dormir.
Não conseguiram.
Um deles saiu do quarto. Foi ele. Era sempre ele.
Por fim, chegaram a um acordo, ou quase isso. Ela fingiu que aceitava as desculpas dele, e, pela milésima vez, ele fingiu que acreditava que ela o tinha perdoado. E foi assim que se ‘reconciliaram’.
Pela manhã, despediu-se dela com juras de amor; ela, nada disse. No caminho para o trabalho ele estava transtornado. Passou o dia todo pensando nela. Em tomá-la nos braços e nunca mais soltar. Fazê-la dormir nos seus braços, enredando as mãos em seus cabelos.
Enquanto voltava, ligou para a floricultura, encomendando as flores mais lindas que eles tinham. Ele estava feliz. Ele tinha um plano.
A moça da floricultura achou estranho o telefonema interrompido de forma abrupta, mas caprichou no buquê.
Sofia achou estranho a demora de Carlos naquele dia. Só que, no fim das contas, ele nunca pegou as flores. Nunca as entregou. E Sofia nunca mais o viu.
Acidente de carro.
Carlos teve um último pensamento - ela. Somente ela importava a ele.
Sofia teve remorso, imaginando um futuro que nunca veria, e um perdão que acabou nunca concedendo a quem mais amava.

Primeiro: Estava sem saco para bolar um título pra esse texto, então foi assim mesmo.
Segundo: Achei que tinha um segundo, mas acho que esqueci de me lembrar do que era...
[ATUALIZAÇÃO] : Acatei uma sugestão da Aymée, via comentários, e reentitulei o post. Valeu guria!!!!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

(sem assunto)

Ninguém devia postar textos em blogs apenas por postar. As pessoas deveriam limitar-se a escrever apenas quando tem algo a dizer.
Bem, é assim que deveria ser, mas não é. Por isso estou escrevendo hoje, sem nada a dizer.
Pensamentos tenho muitos, e vez ou outra até bate aquela vontade de dar as caras por aqui, mas eu me sento, relaxo, e espero a vontade passar. Sinto-me tentado a chamar isso de preguiça intelectual. Mas o problema é que não sou intelectual, e aí não pode; aí não dá. Fica por preguiça mental então, porque mente eu ainda tenho.
Desde minha última postagem, muita coisa me aconteceu. Engordei um pouco, emagreci um pouco, engordei mais um pouco. Entrei em um rio, consertei o carro, sofri um acidente de carro (nada sério, a perda total foi só do veículo), voltei das férias. Descansei, trabalhei, namorei, bebi, cansei. E pensei. Pouco, é verdade, mas pensei. Ah, e o mais importante de tudo é que, em quase todas as coisas que me aconteceram, fui feliz. E como é importante ser feliz... louco, mas feliz.
Então é assim, apenas passo por aqui para deixar um abraço pra galera que de vez em quando passa por aqui e lê as tranqueiras que escrevo. Deixar um abraço aos blogueiros que comentam algumas das bobagens que escrevo. Principalmente ao Rodrigo e à Evelin. Estou devendo muitas visitas e comentários aos dois. Se você está passando por aqui e quer ler uns textos legais, sugiro os blogs deles - tem sempre muita coisa legal acontecendo por lá. E recomendo o da Yeruska também, que, apesar de meio sumida, tem uns textos do arco da velha.
Enfim, um abraço a todos aqueles que estão felizes. E meus votos de felicidade para os que não estão. Para estes, fica uma pequena dica: para ser feliz não precisa muito - basta pintar um quadro diferente e colorido a cada dia. A tela em branco e as tintas estão bem na sua frente, basta arregaçar as mangas e não ter medo de arriscar um pouco...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Salário Mínimo

Por que não aumentam o salário mínimo quatro vezes?

Resposta: Porque os pobres comprariam mais. Sim, essa é a resposta, e é bem compreensível que seja assim - é o certo. Imagine se com o salário mínimo a quinhentos e poucos reais já é difícil controlar a inflação, imagine se ele fosse mais que dois mil reais? Esses tempos atrás o BACEN já aumentou um pouco o compulsório dos bancos para enxugar o mercado e segurar a inflação através da redução do consumo, isso quer dizer que se as pessoas pudessem comprar quatro vezes mais do que compram hoje, simplesmente não haveria oferta suficiente no mercado, o que geraria uma onda inflacionária do tamanho do mundo.
É preciso registrar aqui que os salários estão aumentando gradativamente de uma forma que nunca vimos antes. Basta lembrar que o sonho da família brasileira era que o salário mínimo alcançasse os cem dólares. A quantos dólares o salário mínimo equivale hoje?
Só escrevi isso aqui porque fiquei puto (sim, P.U.T.O.) com a propaganda política do PSTU que vi há pouco na TV. Puxa vida, minha gente, borá botar o dedo no cu a mão na consciência!!!!

Ps: Fazia tempo que não escrevia nada aqui, e sinto muito em romper o silêncio dessa forma, mas nem me aguentei.
Ps²: Claro que sou contra o aumento dos salários dos dePUTAdos, mas disso não quero falar agora.