quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu, Artista

Tem dias que penso que possuo uma veia artística. Na verdade, acho que desde pequeno eu tentei ser meio artista, no duplo sentido da palavra. Lembro-me de sentar à mesa, junto com meus irmãos, para desenhar. Quando pequeno, me sentia muito mal quando desenhava, porque nunca conseguia obter o resultado que queria no desenho. Eu queria desenhar, mas não conseguia, e sempre acabava chorando (criança mais ansiosa, viu?). Depois que entrei na pré adolescência (É assim que se escreve? Com as novas normas gramaticais sempre fico um pouco perdido.), passei a copiar um pouco melhor. Lia as revistinhas da Turma da Mônica e copiava para o papel todos os personagens. Em todas as revistinhas havia propagandas do Instituto Universal Brasileiro (IUB), e eu ficava namorando aquele curso de desenho a distância que eles vendiam. Só que minha família era pobre, e eu não ousava pedir para me comprarem o curso. Segui desenhando sem saber.
Quando fiz o segundo grau, um amigo começou aulas de violão, e eu comecei a aprender com ele. E comecei a aprender mais que ele. Então ele largou as aulas e eu peguei o seu violão emprestado - um Giannini de caixa pequena. Mesmo sem ter um violão, aprendi a tocar. Sozinho. [Insight: sempre me virei e batalhei para conseguir o que queria, com muito pouca ajuda.] E até que aprendi mais ou menos! Com catorze anos eu sabia tocar violão e jogar basquete. Só não aprendi Português, Matemática, Física e Química; rodei nessas quatro matérias naquele ano...
Descobrir como fazer as coisas. Sim, acho que este deve ser o meu verdadeiro dom. Sinto que posso aprender a fazer quase tudo. QUASE tudo... Mas tenho um problema que me aflige desde criança: perfeccionismo. Nada nunca está bom, quando sou eu mesmo quem faz. Excesso de autocrítica, meu maior defeito. Talvez se tivesse nascido rico, seria um artista. Ainda mais com tanta gente fazendo sucesso apenas pelo número de dígitos que possuem em suas contas bancárias. Mas também não gosto de pensar que critico-me em demasia, prefiro pensar que sei onde estão meus defeitos. Ah, me engana que eu gosto, cérebro de ervilha!

A propósito, o quadro acima foi pintado por mim. Depois daquele comecei a pintar outros dois, e consegui terminar apenas um deles. Motivo? O outro não estava bom o bastante...

2 comentários:

  1. Muito, muito bom! O quadro e o texto. Se não estão perfeitos, estão na eminência de se tornarem... É que, quase tudo, depende dos olhos de que vê, não é? Essa tal de relatividade, até nisso, às vezes é um saco. Mas, só às vezes também. O bom da arte (ou no caso, de outros tantos, "pseudo-artes")é que para ela vir a ser, é só o artista acreditar que ela é. E, como artisticamente eu não sou cética, também me aventuro nesse universo feito de tintas...É quase como escrever.
    Yeruska

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir