quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ele é apenas uma criança...

Uma criança de quatro anos é fofinha. Comove, alegra, emociona, e tudo isso apenas existindo. Ela não precisa fazer nada para gostarem dela. Pessoas adultas não são assim. Todas as pessoas humanas* já foram crianças, mas muito poucas delas conservaram a fofura. Quem é adulto, precisa fazer um esforço intenso para ser gostável e ser considerada fofinha ao menos para algumas pessoas. Eu fui fofinho. Tenho uma daquelas fotos clássicas em que estou dormindo sobre uma bela colcha, usando um tip-top lindo. Daquelas fotos que você olha e diz “aaahhhhh”. Hoje, porém, muita gente que me olha diz “que mané mais antipático!”. Não tenho dúvidas: perdi a fofura. Agora tento reencontrá-la nos outros. Já imaginou conseguir olhar para aquele mala mais antipático que você conhece e imaginá-lo como uma criança? Imaginar que toda a sua fragilidade e doçura foi talhada de tal forma que ele acabou tornando-se um limão? Difícil. Não conseguimos perceber muito mais do que a curta fronteira de nossa embaçada e fantasiosa visão alcança. Julgamos, condenamos e aplicamos uma severa pena de reclusão de nossas vidas, relegando dezenas de pessoas interessantes à nossa tão sublime e perfeita existência. Sim, nós nos consideramos defeiuosos, e a maioria tem dificuldades em encontrar qualidades em si mesmos. Mas quando se trata de julgar o outro, aí sim podemos ser melhores, pois teremos menos defeitos. Será? Estou tentando descobrir a criança que há nos outros. E assim, quem sabe, eu encontre a minha criança particular; se é que não é ela que está escrevendo este texto agora...

* Pessoas humanas? Fala sério...

Um comentário:

  1. hahahaha hoje na faculdade olhei para o professor rabugento, típico doutor dos doutores de administração financeira, sujeito sério, conversa com gráficos explícitos em seu rosto, pisca indicadores de todos os tipos...E, fiquei imaginando ele um bebezinho...hahahahaha....a experiência foi incrível!

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