quarta-feira, 10 de junho de 2009

Liberdade Vs Controle

Panóptico, desenho de Jeremy Bentham, 1791

Hoje entrei numa das seis comunidades do Orkut das quais participo para dar uma olhadela rápida nos fóruns que estavam abertos, e um deles me chamou a atenção, pois falava sobre liberdade. Acabei nem entrando para não criar confusão (estou tentando me policiar nesse sentido). Agora, enquanto curto um som de Pink Floyd, o assunto volta à minha mente, e resolvo degustá-lo com um bom vinho feito aqui na região...

Para começar, a liberdade não é o que a muitas pessoas pensam que é. Você é livre? Eu sou livre? Afinal, o que é a liberdade? Há muita gente que pensa que a liberdade é fazer aquilo que se quer a hora que se quer, mas a ninguém é dado o direito de fazer isso. A constituição nos reserva o direito de ir e vir com ou sem nossos bens dentro do território nacional, mas experimente tentar passar com seu carro pelo pedágio sem pagar a maldita taxa, e depois me responda se existe essa liberdade. Além disso tem aquela historinha de que nossa liberdade terminaria, em tese, onde a do outro começa.

Não estamos totalmente livres, mas não somos cem por cento escravos (talvez algumas exceções aqui). E com certeza há muitas outras antíteses embutidas nos conceitos de liberdade e controle. Uma pessoa é livre para usar drogas, se quiser. Se for pega fazendo isso, pode ser presa e privada de sua liberdade, e, se continuar a usar, pode virar escravo do seu próprio vício. Onde está a liberdade neste caso?

Somos livres para transitarmos dentro de nossas próprias crenças e dogmas e regras e leis e tudo o mais que inventamos para nos CONTROLAR. Sim, acho que controle é uma palavra que deve ser muito bem analisada, pois o controle está à nossa volta, e por toda a parte. Nosso tempo é controlado, nosso trabalho é controlado. Nossa vida é permeada pelo controle (me lembre de assistir ao filme ‘Controle Absoluto’).

Mas afinal de contas, o que é o controle? E o que significa controlar? No trabalho, por exemplo, o chefe pensa que nos controla, mas na verdade é controlado por outro chefe, que tem outro superior que o controla (...), o qual é controlado por uma diretoria, que define os rumos da empresa, e, por sua vez, é controlada pelo mercado, que é um trem totalmente desgovernado, embora existam governos que pensam que o controlam... O vídeo "Panóptico", que postei aqui, diz muito a respeito do controle. Nas organizações, sofremos muitas formas de controle. Temos controle dos superiores, auto-controle, controle dos colegas, (os quais também controlamos), e até as máquinas nos controlam. Existe até gerente de controle... Mas a verdade que me parece implícita em toda essa overdose de controle a que nos submetemos dioturnamente, é de que o controle, assim como quase tudo nesta vida, é muito relativo e subjetivo. Há empregados que controlam patrões, esposas que controlam maridos (ou vice-versa), animais de estimação que domesticam seus donos, e até crianças que subjugam seus pais (por favor, chamem a Supernanny!!!). Por isso penso que o controle deve trabalhar, assim como o tempo, a nosso favor. E cabe a nós não nos tornarmos escravos do controle ou do tempo, pois essa é a única alternativa para vivermos e trabalharmos com mais qualidade de vida, que eu imagino ser o objetivo de todos.

Para variar, comecei falando num assunto e terminei em outro. Se alguém de fato ler isso, haja paciência né! E dê-lhe Pink Floyd! Esta, sim, é uma superbanda. E disso estou cem por cento certo...

(A propósito, a figura que postei acima é um modelo de estrutura construída como relata o vídeo. Argumentos, contra-argumentos e opiniões fique à vontade.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário