quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Há menos de 32 horas atrás...


Hoje aconteceu algo estranho comigo, e eu sinto que preciso escrever sobre isso. É que não consegui conversar com ninguém muito profundamente sobre o assunto, e também preciso me compreender melhor. Nada melhor que deixar as palavras fluírem para que isso ocorra naturalmente.
O lance é que hoje eu morri um pouco, e sinto ainda agora que preciso chorar por isso. Não é frescura. Nem sei o que é ou o que foi ao certo, mas tive medo. Muito medo.
Foi a primeira vez que senti um real e apavorante medo da morte. Mais que medo, tive uma sensação de morte. Nunca havia tido medo real dela, e até zombava dela de vez em quando. Mas o fato é que somos muito frágeis e sensíveis a ela. Eu, ao menos, sou.
Eu estava trabalhando em minha mesa, digitando comandos em um computador quando senti uma dor, a qual nunca havia sentido antes. De repente houve um estalo em algum lugar dentro da minha testa, um lugar próximo ao olho direito. Estaquei. Automaticamente, um formigamento percorreu minha cabeça e meus olhos perderam momentaneamente a acuidade. Pânico. Levantei e senti vertigem e enjôo, dei uns passos e anunciei: - Eu não estou bem... - e foi então que eu senti. A sensação da morte. Pela primeira vez. Desespero.
Na hora eu só conseguia pensar “agora não, agora não...”, e que queria fazer muitas coisas antes de morrer. Pensava na minha juventude e na vontade que tenho de viver. Nos planos que tenho para viver. Nas pessoas que ficariam, e no que eu queria deixar para elas. Lembrei de meu avô, que faleceu em conseqüência de um derrame há menos de um mês. Lembrei de minha mãe a morrer de um infarto fulminante ainda na metade de sua vida.
Meu chefe me chamou e me perguntou se queria medir a pressão, ir ao médico ou o quê. Médico em Crissiumal? O desespero aumentou... Ele perguntou quantos dedos havia em sua mão e que dia era hoje. Acertei as respostas e achei, finalmente, que eu poderia estar enganado. Achei que sobreviveria afinal de contas. Taquicardíaco, fui à farmácia ao lado para medir a pressão - o chefe acompanhando. Estendi a mão trêmula para que a moça envolvesse meu braço e constatasse que a pressão estava perfeita. Problema resolvido! Todos ficaram felizes! Todos menos eu. Eu ficaria pensando, como ainda estou agora, no significado de tudo aquilo.

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Sempre gostei de pensar, e acredito que já escrevi por aqui que nós morremos um pouco todos os dias para nós mesmos. Como seres dinâmicos, morremos durante todo o dia para renascermos na manhã seguinte. Sempre diferentes, novos. Mas hoje? Hoje é especial, porque eu morri mais do que de costume. Não que minha frescura fosse real, mas me senti como se fosse cruzar a fronteira. Horripilante, mas, ainda que inverossímil, uma experiência única.
Agora tenho uma vaga idéia de como me sentirei quando chegar a hora. (not!)

Mas ainda falta chorar...
Oh, God, how I wish cry...

Ps 1: Assistirei um trecho bem melancólico de algum filme que tenho para satisfazer meu desejo louco.
Ps 2: Depois do ocorrido, lembrei-me da música abaixo!
Ps 3: I can’t speak english, much less write!

2 comentários:

  1. Não se deve pensar assim mano...
    às vezes eu acho que vc se preocupa demais...
    quando a coisa tah feia...
    respira fundo passa uma água
    e conta até três...
    tudo melhora...
    Fallow
    LV

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  2. Procure um médico garoto...com saude não se brinca...

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