quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Mar da Impermanência...

Sempre fui de entender as coisas. De querer saber como tudo funciona. Não fiz por mal, é parte da minha natureza, daquilo que sou, e acredito que meu maior dom seja entender como as coisas funcionam.
Entender...
Foi assim que aprendi a tocar violão sozinho. Foi assim que aprendi muita coisa da minha vida sozinho. Aprendi a viver. Aprendi, mas não entendi, pois a maior parte do entendimento me faltou - a vida é grande demais para ser entendida, e se tentamos entender tudo, acabamos vivendo pouco.
E chego a um ponto da minha vida em que entender deixou de ser fundamental. E não procuro mais entender as coisas ou mesmo minha própria vida, apenas aceito aquilo que tenho nas mãos e tento transformar tudo no melhor que posso. É nisso que quero ser bom agora. Deixo de lado um pouco a complexidade para me voltar às coisas mais simples, mas que me fazem bem. E procuro apegar-me ao que me faz bem, descartando aquilo que não é bom. E todo dia é um novo dia. É o único dia. Um dia de cada vez, um único dia de cada vez.
E se não sei o que quero ou o que não quero, sei de que gosto e de que não gosto (na maioria das vezes eu sei), e isso me basta agora. E vivo em meu permanente estado de impermanência. Isso porque a permanência oscila em inconstantes inconstâncias, tal qual um mar em ondas aleatórias e assimétricas.
E eu? Eu resolvo parar o que estava fazendo para olhar o mar...
Gosto de ficar olhando para o mar imenso e desconhecido, contrastando com o céu que ora está azul, ora cinza.
É bonito. Olhar o mar sempre me faz bem...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Impermanência



Nossa vida é feita de fases. A minha, ao menos, é. E agora chega uma fase que não sei mais lidar com minha própria vida, não sei viver - nunca aprendi. E percebo que nunca soube nada além daquilo que me ensinaram um dia. Claro que eu já sabia disso, e provavelmente esteja me repetindo novamente, como costumo fazer, mas o que quero realmente dizer é que a vida nos ensina muita coisa, basta que queiramos aprender com ela. Assim, olhar para o passado é ter a capacidade de ver o caminho que trilhamos a fim de tentarmos melhorar nossas rotas. E isso é péssimo, pois o que fizemos não pode dizer o que faremos em seguida; e pautar nossa vida por aquilo que acertamos e erramos no passado é engessar nosso futuro, e pode privar-nos de muitas experiências que nos seriam valiosas. Já sei o que você pode estar pensando ao ler isso: se já pôs a mão no fogo uma vez, porque fazer isso novamente? Parece loucura, não? A não ser que você saiba que o fogo nem sempre queima, tem vezes em que ele apenas nos aquece. E pode ser que você um dia sinta frio, e relute em se aproximar do fogo apenas por medo de se queimar mais uma vez. Então escolha: prefere arriscar se queimar novamente ou ficar congelando no frio?
Todo o dia fazemos escolhas, embora nunca ninguém nos tenha ensinado a fazê-las (e penso que ninguém poderia). E embora possamos escolher não escolher, isso não passaria de apenas mais uma escolha - a de não escolher. E no fim não há regras. Não haverá. E Nem toda a regra existe sem existir tem exceção, pois se toda a regra tivesse uma exceção, a exceção que confirmaria a regra seria uma regra sem exceções - o que invalidaria a regra de que “toda a regra tem uma exceção”. Princípios? Ética? Regras? Ora, meus caros amigos, apreciem tudo isso com moderação.
Ao menos é assim que penso hoje que as coisas deveriam ser. Mas isso é apenas hoje. Nessa minha fase de total impermanência, tudo não passa de mudanças, e amanhã talvez eu não concorde com a metade do que acabei de escrever aqui.
E vejo que já nem concordo mais...