terça-feira, 17 de maio de 2011
Suicídio
Você sabe o que é suicídio? Pois saiba: há muitos tipos de suicídio. Mas vamos por partes; para começar, cometer suicídio significa matar-se. Então, quem comete suicídio, se mata. Parece simples, mas na verdade tem muita gente que se engana, matando-se várias vezes. João suicidou-se. Isso quer dizer que João se matou-se (suicidou = se matou). Será que ele se matou duas vezes? Será que isto está mesmo certo? Pra falar a verdade, eu não sei. O que sei é que, como mencionei antes, há diversos tipos de suicídio.
Um suicídio pode ser classificado como doloso ou culposo, por exemplo. Suicídio doloso é quando a pessoa humana tem a intenção de matar-se, ou assume conscientemente o risco de matar-se. Se alguém atirou-se de uma árvore com uma corda amarrada no pescoço, ou atirou-se numa árvore em um carro a mais de 180 Km/h o efeito é o mesmo, e é suicídio. Podem dizer que a segunda não tinha a intenção de se matar, mas obviamente assumiu o risco de produzir o resultado - sua própria morte.
Já no suicídio culposo, o indivíduo não tem a intenção de tirar a própria vida - mas isto acaba acontecendo por imperícia, negligência ou mesmo por imprudência do próprio indivíduo. Alguém que sofre um acidente de trabalho ao errar o manuseio de um equipamento, e acaba matando a si mesmo, morre de suicídio culposo. Suicídio culposo é quando a pessoa se mata sem a intenção de morrer. Porém, em qualquer dos casos, há a eliminação de um ser humano, ou seja, de uma pessoa.
O fato de se cometer suicídio, é, então, um crime. Se homicídio é matar alguém, quem se mata comete homicídio contra si mesmo. O fato que querer morrer, porém, não constitui crime; assim como querer matar alguém não é homicídio, e não será crime a não ser que a morte de outrem seja ao menos tentada.
Há muita gente que tem o desejo de matar alguém. Esse alguém, propriamente, em muitos casos, é a si mesmo. Eu, por exemplo, já tive desejo de matar a mim próprio, mesmo. Não morri por não ter coragem ou covardia suficiente para deixar que a morte acontecesse comigo. Sei lá, acho que não rolou a química entre eu e ela.
Eu sempre achei que era preciso muita coragem para tirar a própria vida de si mesmo, mas na verdade é exatamente o contrário. Alguém tem que ser muito covarde para cometer um crime doloso contra sua própria vida. Isso porque, quando alguém se mata-se a si mesmo, auto suicidando-se, está tentando transferir a culpa pelo que não dá certo em sua vida para um terceiro. Está terceirizando, portanto, o seu insucesso como ser humano; ou o sucesso dos seus fracassos. E muitos fracassos bem sucedidos levam um ser humano a repensar se sua existência sobre a terra é realmente necessária. Nessas horas é comum os seres humanos esquecerem-se de que são importantes para outras pessoas além de si próprias; se é que sentem-se realmente importantes a si mesmas propriamente ditas.
Para ilustrar melhor a questão da covardia, já soube de pessoas que mataram-se por causa de dívidas. Nesse caso, a covardia é ainda mais estúpida, pois o ser humano tentou transferir a culpa de sua morte a uma instituição financeira ou ao governo. E instituições financeiras, assim como o governo, são pessoas jurídicas; e pessoas jurídicas, como todos sabemos, não são dotadas de sentimentos. Ou seja, nem o banco nem o governo choraram, nem deram muita importância ao fato.
Mas há covardias muito cruéis. Há quem se mate por alguém, deixando até cartinha de despedida. Nesses casos, o ‘adeus mundo cruel’ é um dos mais covardes. E, infelizmente, seres humanos são capazes de fazer isso.
No fundo, quem se mata por outro ser humano, queria matar aquele. Como não tem coragem, resolve, então, culpá-lo por sua própria morte. Eu, como já mencionei, já desejei matar-me por outrem, e felizmente não tive covardia o bastante para concluir minha existência no mundo. Porém, obviamente, apenas a vontade ou o desejo não constituem crime isoladamente por si só. Neste caso, fui salvo por não ser covarde o suficiente, e, como prêmio, acabei superando minhas dificuldades.
Com o tempo a gente acaba aprendendo que morrer faz parte da vida humana. E eu, como ainda não consegui conquistar minha eternidade, espero ficar vivo tempo suficiente para obtê-la. Outra coisa que se aprende é que a vida é sempre possível (e muitas vezes gostável), em qualquer hipótese ou sob qualquer ponto de vista, e não há ninguém que já tenha comprovado que morrer é a melhor opção para se escapar dos problemas. Ou seja, quem deseja matar a si mesmo, é porque provavelmente está vivendo da forma errada. Não sabe aproveitar nem o amor, nem a dor que há na vida. Sim, porque em tudo há uma razão, um sentido e uma motivação. E se você é louco ou burro o suficiente para ler todas as asneiras que escrevo, talvez uma parte de você saiba exatamente do que estou falando.
Agora se me der licença, vou até ali ser feliz, e não tenho ideia de que horas volto.
Se é que um dia eu voltarei...
Se é que um dia eu voltarei...
às
12:52
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pitacos
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sábado, 14 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Eis a questão...
Há quem saiba tudo e quem não saiba nada. Eu, acredito, estou em algum lugar entre saber tudo e não saber nada. Mais próximo de não saber nada, provavelmente. Será? Pergunto-me, o que é melhor? Saber ou não saber? Saber que sabe ou saber que não sabe? Ou não saber que sabe e não saber que não sabe? Saber o que se sabe é bom? Ou talvez seja melhor não saber de nada mesmo sabendo?
Bem, de qualquer forma, ainda pior seria achar qualquer coisa. E nisso eu sou bom: achar coisas. Não no sentido de localizá-las, mas no sentido de ‘pensar que sabe’. E pensar que se sabe não é bom. Eu acho que sei muita coisa sobre poucas coisas. Ou ao menos costumava achar que sabia; agora já não sei o que sei, nem o que acho. Basta pesquisar aqui mesmo, nesse blog, e você vai achar muitos textos sobre poucos saberes. Ou melhor, sobre poucos achismos. Muita prolixidade verborrágica, isso sim. Muitas palavras, pouco conteúdo. Eu escrevo muito (ou escrevia), e não digo nada.
Sócrates sabia que nada sabia. Puxa, ter a sapiência disso deve ser bom. Saber que não se sabe nada... Em minha ignorância, acabo achando que não sei nada, mas acho que estou iludindo-me pensando assim. Isso é quase um auto-estelionato intelectual: induzo-me ao erro no intuito de obter vantagem ilícita em prejuízo de mim mesmo, usando de fraudulentos e inconsistentes artifícios escritos.
Acho que não sei, mas no fundo penso que sei de algumas coisas. Mas enganar-se de propósito de repente pode ser bom. A mim, pelo menos, permite escrever textos sem nexo sobre assuntos desconexos, com poucas ideias e algumas pseudoantíteses.
Pois é, de repente pode mesmo ser bom. Vai saber...
às
12:44
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Unknown
1 pitacos
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quinta-feira, 5 de maio de 2011
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